amarração
velo-te-levo qual ondas vagas
náufragas em ficções abismais praias
sedentas de cantigas
mais: a movimento prata – como
rebentando-se à proa das pedras – cais em mim
nestes maravilhoso sentimento ancoradouro poema
em que pesam amarras sobre nossos
mundos hoje diferentes: navegado entre
linhas o rumo trançado por nós
se novos monstros insistem
em querer abalar superfícies: esta
nossa profundidade não no-conseguem
marinho: velas agora estes versos
para que noutra hora te-sejam leme antena
nau que em correntes freme intensa
e que os recifes –
esses acocorados inimigos das quilhas –
tampouco os-teme
em teus mares dalém portugueses se primitivo
me-exponho em desenhos & cartas sobre teus planos
vaga-me o que praia em certas rotas tortas
então não importa os velhos deuses
estarem de quase todos descrentes (acreditas?)
nem mais se-mudarem em ventos
também não se não me-entendes pois
se verso tormenta em calmaria de cais te-contenho
neste quando me-atraco-te onde humano
âncora a amplo cérebro capital (ex-coração)
não a mar de antigos navegantes onde
pelo cabo criam serem tragadas as naus
rEPICO (luízes têm dito a Bacos & a gentes):
não raro a sorte do barco de Vascos (ainda que vasto)
deixa de ser o infundado oceano terreno
visto haver pouco amarrar-se em porto
que não traga vária avaria aos poucos
ou velar-se o glório em nau frágil a mar
(BardoAmar. Teresina, 2003-2009.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário