Foto: Andréia Rego Barros, 06/03/2008.
(www.flickr.com)
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Playboss: a serviço do assédio
As empregadinhas
que se-cuidem,
o sinhozinho –
sujo! – já comeu,
da pequena senzala,
todas as escravas;
e o patrãozinho
(tá limpo, cara!),
aqui, na fábrica,
já “está armado”.
Quem está sendo
cuidada para ser
coitada, de quatro?
Não há câmara nupcial,
minha camarada. Ele diz:
“Não vai doer nada!”
Mas sejam – cuidado! –
muitíssimo macha para,
sim, siô, dar tal porrada
na cara da macharada!
(LUIZ FILHO DE OLIVEIRA. Das Bocadas Infernéticas. WEB: Deleitura, 2012.)
7 comentários:
é verdade, Luis!
é foda perceber como temos uma cultura ainda tão machista e senhorial, que nos remete ao tempo dos engenhos.
Alguns retratos disso são uns ditados puramente machistas tal qual: segure suas cabritinhas q meus bodezinhos tão soltos. Já vi muito otário se vangloriando q o filho é "pegador" e, ao mesmo tempo, "segurando" a filha em casa.
Me lembra também uns dizeres de Gilberto Freyre, aquele reacionário-etnocêntrico-fdp, que expressam essa posição do poder trabalhista relacionado ao sexo:
"mulher branca para casar, mulata para trabalhar e preta para fuder."
Nossa, Lucas, são "foderosas" essas suas verdades; por isso, o poema grita.
Teuto, welcome to this blog. I will access your blogs and tell my friends to do the same. Excuse me, but my english is very confused. See you at the next pages.
No entanto,
ainda predomina o machismo,
bjkas
Prezado Luiz,
Interessante seu poema e delator de um mal para o qual a sociedade não dispensa pos olhos!
Parabéns!
poesia cotidiana!cotidiano ingrato e invisível de muitas trabalhadoras. muy sensível, você, ao poetá-lo!
Infelizmente, Alê. Mas a luta ainda está no início; há tantos "rounds".
O problema, Marcell, é superar esse "ver que não vê" e a Lei garantir a integridade das vítimas.
Quem deve fazê-lo visível são as vítimas, mulheres desse dia a dia peverso, Cynthia.
Amigo blogueiro, grato pela visita e o cpmentário!!Aqui é bem legal...muita coisa boa!
Abração!
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