I- na praia um piaga fala pedradas na cara do padre
- o nosso povo não grava
sua palavra versada
que desenhou nessa areia
mas isso não é tristeza
para quem tem as mãos cheias
da sabedoria crua
contra a ignorância polida
do senhor que nos-acua
Anchieta, de Benedito Calixto de Jesus
II- no tribunal um ex-escravo crava a palavra na carne do ar
- sou eu quem agora acusa:
tenho a marca da cultura
pelas falas que gravei
de tantos antepassados
mas comi as leis do rei
que me-quis escravizado
com o povo desprotegido
por isso contínuo grito
Luiz Gama
II- na calçada um branco livre (?!) não lê nestas suas marcas
- o que eu pedi pelo VERSO livre desse poeta meu amigo é que o que ele dissesse por mim tava DITO (e reescrito!) é isto: "após caminhar milanos o ser humano a cinco de TAL distância andando a jato dominou tal ARTEfato para dominar"
(Luiz Filho de Oliveira. Onde Humano. 2009.)
9 comentários:
Três pontos de vistas bem retratados em três poemetos de modo exemplar.
Belos escritos, meu caro!
Obg, Marcell.
"Quem não vê bem uma palavra, não vê bem uma alma."
Fernando Pessoa
Vejo bem mal, a palavras, almas
e mal bem a alma da palavra.
Palavro mal: bem q me escreveram.
Mal posso poetar bem a almas palavras.
Meu mal: o bem das palavras.
Por fim , acabasse fazendo uma introdução dialética sobre um breve tratado acerca das palavras.
Isso me lembrou um ditado: " palavras são como abelhas: mel e ferrão".
Abraços!
excelente, poeta
Abraços, Júlio e Rogel, e obg!
Saudações quem aqui posta e quem aqui visita.
É uma mensagem “ctrl V + ctrl C”, mas a causa é nobre.
Trata-se da divulgação de um serviço de prestação editorial independente e distribuição de e-books de poesia & afins. Para saber mais, visitem o sítio do projeto.
CASTANHA MECÂNICA - http://castanhamecanica.wordpress.com/
Que toda poesia seja livre!
Fred Caju
Gracias, Carmen.
Saudações, Castanha Mecânica.
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