terça-feira, 15 de setembro de 2009

Aviso ao navegante: cuidado com o autoral, vá direito!


            Nunca me-senti no direito de assinar uma obra de quem quer que seja: poeta, prosador, dramaturgo, músico, compositor, pintor, escultor, coreógrafo, cineasta, artista plástico (ou de ferro ou de cara de pau ou de merda). Nunca. A ocasião não tem culpa alguma. O ladrão fá-la caladinho, de boca fechada, só de botuca, de fininho. Eu é que não pude interpretar uma personagem tão carregada como essa, quando, em cena, ela me-requisitou os serviços. Não. Morro de fome. Mesmo. Não quero ser estrela. Nem nenhum destes substantivos: estelionato, plágio, imitação, cópia, roubo. É humilhante.


CENA
(Tomada em close na personagem. Depois vai abrindo o zoom.)


DJALMA (com ar de quem não dá importância ao assunto): Bobagem, cara. Essas pinturinhas eu faço rapidinho. É coisinha rápida. Sem importância.


PROFE (descrente): Pelo amor de Dadá, DJ! Deixa de ser descarado! Dá só uma olhada no acabamento dessa peça. Hum! Isso aqui só pode ser made in Taiwan. Ó esse plástico. A moldura. Tu lá faz isso. Deixa de papo, mulher. Além do mais, dá só uma olhada nesse estilo de pintura. Lembra o impressionismo francês. Tu é muito é descarado de ter assinado um desses quadros e vendido pro sobrinho do seo Branquim.


DJALMA (sem querer conversa): Que nada, Profe. Qual é, meu irmão? Deixa dessa migué comigo. (sai de fininho)


            Quem sabe se sua fome é menor do que aquilo que é do Homem, comendo na mão de outro homem? Ou o mau-caratismo ou a inveja ou a vingança ou a covardia ou a incompetência ou o sei-lá-o-quê. Paciência, pra entender essa gente. Não sei, não. Prefiro ficar na minha. O que eu faço é isso mesmo. Istaqui! Tá lendo? É isso. Paciência; tô-me-esforçando!
            Poréns (muitos!), não escrevo este texto pra detonar o artista plástico que foi o meu colega de trabalhos A. Djalma, que aprendeu com outro artista da estirpe do grande Jan Daia. Não. Nem faço isso pra me-colocar como o cara. Quié isso? To defend me againt all those people, say kayaman: “I’m doing my best and I’m doing it slow!”. Caution! Tô esperto, essa tela nem suja na reescritura, portanto, vou apaguescrever este texto vezes tantas! Sei o que deve ser feito; bem, e faço-o por istaqui. Este lugar, que é um lugar-comum (terra sem lei!): a internet (infernet!). Como descartar esse trocadilho infame e aquele famoso clichê? Não dá. Aqui o velho vale-tudo sempre vai vingar. Assim, o copiar, o colar, o control-c-control-v.ar, o capturar, o recortar, o gravar viram, a paginadas (isso é grave!), a moda, o modo pelo que o povo (lá vem o geral.do.pontocomqualquerabreviação!) faz seus trabalhos escolares, seus flogs, blogs, comunidade, orkut, sítio, o que for, com essa facilidade que a tela abarca. É fato. Não é preciso saber navegar, mas todo navegante deve-se-orientar. Uma canja de galinha: cautela, cuidado.
            É, não é justo apagar o nome dos artistas. GRITO COM TODA A FORÇA DAS MAIÚSCULAS E DO NEGRITO: aonde for meu textrabalho, nem que seja pra P.Q.P., quero meu nome junto, sujo, limpo, isso importa, sim. Essa merda de Filho sou eu, sim. Sou, e daí? Daqui, eu colorgrito outro cogito, mas ela vai cair ali no outro parágrafo:
Eu, agoraquimermo, abro mão de todos os direitos-de-cópia, os autorais, aqui, na frente dessa tela, neste tribunal virtual do escambal (vou botar com l mesmo, viu, Millôr, Ziraldo?). É sério, certo? Quem quiser usar qualquer meu texto (no limite do que não foi combinado ou sim, entre as partes, já que o correio hoje é eletrônico, tão rápido!), pra figurar nesta rede (e até mesmo pra antologias em papel de livro), está ditescrito neste texto que será permitido por mim mesmo. Nem qu’eu não permita porque não vi. E daí, tudo bem? Relaxa, mora? Daqui: estou de guarda, aberto: creio ser coerente essa proposta, e também a que há, por exemplo, na Lei Rouanet, aquela que, se não me-engano, prevê que autores de obras financiadas devem abrir mão de seus direitos autorais quando o Estado utilizar suas obras para fins não-lucrativos, educacionais, sobretudo.
Muito justo. Eu, que aprovei um livro pela Lei A. Tito Filho, de incentivo à cultura, aqui em Teresina, Piauí, gostaria mesmo é que a Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves, além de me-publicar os mil livros, também o-fizesse na mesma quantidade ou até mesmo o dobro. Nooossa! Até parece forçação, mas não seria bom? Pra mim, sim. Pô, só cem livros pra FMCMC distribuir para as bibliotecas do município? É muito pouco. Se eu fui agraciado com essa classificação pela qualidade da minha obra, por que não divulgá-la em todas (e aqui eu generalizo mesmo, todas!) as escolas do município, já que toda (a culpa aqui é da Lei) escola deve ter sua biblioteca? Eu quero ser lido, mormente, pelos que não poderão comprar meu livro nas livrarias (eu pus esse plural só pra realçar, porque dá última vez – a primeira – quando fui levar meu livro pra uma dessas livrarias chiques do shopping, recebi foi um NÃO BEM GRANDÃO!: “Não tem espaço pra colocar seu livro, me-desculpe”. “Olhaí, joga no chão mesmo, eu aceito ou deixa atrás do balcão, se alguém perguntar; então, vocês mostram”. “Não, não dá, me-desculpe”. “Merda!"). Leu? É isso que ocorre. Por isso, dá meus porcos às pérolas de alunos das escolas públicas, pois eles é que precisam ser descobertos, descobrir a nossa literatura, a sua, a minha. Ainda mais porque eu fui incentivado por uma lei aberta ao público autor. Tudo tão justo.
E, aqui, estamos numa discussão que merece berlinda, pois é bonita: o financiar-ou-não-financiar-obras-de-arte do Estado. Eu creio que o sim da primeira parte-verbo desse substantivo composto compõe a melhor fala. O Estado não deve falhar nesse ponto. As regras, as normas, as leis estão aí mesmo pra serem elaboradas, remendadas, costuradas, avançadas. O que não aceito, entanto, é que artistas como Caetano Veloso, Antônio Fagundes (e alguns topes da Globo), Ivete Sangalo (essa, então!), Frank Aguiar (esse caso é de nosso bairro, o Piauí) sejam agraciados com esses regalos para saírem cantando por aí de qualquer modo de arte. De galo, não, já basta a Ivete! Nada sã, são! Não. Sou pelos que ainda não têm espaço garantido. Por tantos, capricho: toda lei de incentivo deve ter isso de justiça e direitos iguais; não, favorilicitismo. Chega disso!
 Vamos voltar ao que dizia: quero compartrilhar esse caminho pelo meu ponto de dígito, vou teclar a todos, divulgando-os, para que seja compartrilhado meu texto em qualquer sítio! Só não quero que alguém venha-me-cobrar pela postagem de qualquer tipo de texto neste meu pequeníssimo cantinho, de sereio, sereu. A rede é imensissimimíssima! Contudo, à medida dos impossíveis, farei o que não posso, e posso-o muito bem. Procurarei não me-esquecer de nomear os autores. É escuro que nos casos de artistas de “domínio público” não será necessário essa indicação. Claro! Nunca todescuro! Manca só a imagem no fundo do nome deste blog, nas obras nas janelas laterais ou no final ou esta:

      
             Então, será possível! Que nada! Um Renoir, um van Gogh, um Degas, uma Cecília, um Carlos, um Dante, um Chopin, um Mozart, um Bob, um Peter, um Chico, um Caetano, um Michelangelo, um Rodin, um Aleijadinho (uns tantos!) não precisam de apresentação tão precisa. Contudo devo fazê-lo com zelo. É eco esse posicionamento, sim. Por risco, farei o que for para compartilhar textos, para trilhar a rota catacrésico-trocadilhiana (dá-lhe, Odorico!) que impõe pelo menos esta ética: nunca deixar de gravar o nome quem obrou o texto (e olha que “obrar”, na minha terra, tem odor diferente, mas o sentido, o mesmo, é de pai-da-criança!).
            Os desconhecidos, esses, sim, indicardirei quem são(e essa informação renovarei à medida que for inserindo sua obras, isso é o aquilobom da internet, esse renovar-se feito a ave que queima dentro de cada texto): o primeiro é Paulo Maia, autor da minha caricatura. Valeu, Paulim! O artista desconhecido que moldou aquela tela de barro pra cuneiforme ser gravada eu desconheço quem foi e quem teve de gravá-la. Prometo, todavia, quando aprender a melhor operar as ferramentas de informática, a fazer melhor o trabalho. Chega, vou parar o porquê, porque o parou é com um meu poema que poucos vão querer colar. Manca:

Assexuado lamento neste canto ao planeta Terra

Aquele vagido tão agudo
não foi por nenhuma vagina,
tampouco por imperfeitas rimas
ou trocadilhos chulos;
que aquele quem
que gritou tal queixume
lastima das gentes
deste terreal mundo
o soberboso ato de ser:
o querer todo de tudo,
em outro sensaber
(sem poder!)
que diz muito!

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