Além de começar a escrever este blog, em 2009, iniciei a minha participação na revista virtual de poesia Caderno Literário, da Editora Pragmatha (www.pragmatha.com), publicação editada pela poeta e jornalista gáucha Sandra Veroneze. De fevereiro até setembro acabar, já conto com oito participações. Número infinito, se deitado. Por risco, quero apresentar esses poemas apresentados. Mora:
nascente em curso de morte desmatada*
aguazul
plic!
ploc!
bate
ndo
es
cor
regando
planta e
dança e
pedra
os peixes
sr. caramujo e
outras espécies e vem
um barco-folha ambiente
em meio ao transparente
líquido num veio dessa
mata virgem – e vivem...
... todavia o enlatado
cano esgoto surje e
engarrafada a morte
desmata e vaza
às taças das calhas
em que o peixe-barco
– nau trágica –
navega outro inferno: e a água
foi suja de humanos seres urbanos
foi suja de humanos seres urbanos
(Em Teresina, fluindo até São Paulo; antes, passando por Minas.)
* A Ana Rosa, uma mestra minha, com quem estudei em espaço de Dias.
(Caderno Literário. Fev. 2009)
versos a uma mulher em pelos (em textos de Pablo a Manuel)*
a primeira mulher adulta
despida à minha vida
não me-veio versos nus
ou alumbramentos
foi nua revista a mim –
menino – por uma libertina
oferecida: amiga de umas
intenções quintas!
mas que encontro!
o primeiro de tanto encanto
do lado contra um sexo oposto!
em imagem parada extática era
tão vida a rosa-púbis da estrela!
e a segui-la noutra cena
o cérebro ainda (cores vidas!)
e em seguida – desenhada – foi
arte & libido proibidas (minhas)
mas em papel verde tinta – esquisito!
e que esperança
de tê-la sim (não foto ou gravura)
pu-la em meu rijo pênis jovem!
(Num Porto Maior, que é certamente um Campo Alegre.)
* A Martha, uma poeta sem medos, somente Medeiros.
(Caderno Literário. Mar. 2009)
poesia na morada do aluno de...
aMOR
HUMmm...
a MOR ação!
(Caderno Literário. Abr. 2009)
Ex-Klu-Klux-Klu-Ídos (Cantiga de maldizer tirada de uma TV como notíca)
Isto quase ninguém viu, ouviu;
dito, entre vistas ou vidas, por Chico,
depois de 120 anos do “fim” do conflito,
que Carlinhos e sua Filha com o Filho
foram considerados, sem ambiguidades,
pelos podres de rico do condomínio chic
(com tanta grana quanto!), non grata persona!
E eles só vinham da Bahia, tipo férias,
e o Rio dessa gente burra e perversa
desaguou rios de preconceito-fera,
cópia mascarada dum país mais velho
nesse mau exemplo de quem pensa
ser tope de linha, mora?
Repito (perito!):
Foi no domínio de feras;
condomínio, férias, vindos da Bahia
os três, sem Rio de Janeiro.
Foi no Rio de Janeiro,
vindos (férias!) os três da Bahia;
condomínio de feras – sem domínio?
(Caderno Literário. Mai. 2009)
uma das poéticas pós empossada da palavra no cargo de poeta
poesia já
pode ter sido ócio com
amadora dignidade sábia mas
amadora dignidade sábia mas
com licença – poetas –
convençamos: aqui é ela também
sabor capital trabalho (se trabalhado)
(Em caminhos onde a poesia é empregada.)
(Caderno Literário. Jun. 2009)
primeiro quase-haicai de um romano-pós a Paulo são
irmão judocaríssimo
a ti golpe sem discussão destino:
se pintar não assino... eu leminsko!
(Em Teresina, mas em Curitiba ou nos extremos do Oriente.)
(Caderno Liteario. Jul. 2009)
saio & bermudo as coxas de Diana
tuas pernas cruzam-me o olhar de filme
farolando o teu perdido caminho pedido
tricircular preciso esses ângulos oceânicos
pois hei de me-querer em teus líquidos abismos
- nauta que sou de epopeias seguidas vidas -
se me-derivas a tua verdade atlântica
labirinto: navego por linhas & correntes teu rumo
aqui me-desnudando veladamente em poemas tecidos
com que me-iço a teu encontro intempestivo
(Caderno Literário. Ago. 2009)
nua nau
vagamante
te-navego as costas
curvilinices marinhas
com sóis de sede
caminho dos céus
a minha língua
entre mentes montes
entrelinhas
nau...
frago
em
ti
(Caderno Literário. Set. 2009)
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