quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Poema postado como fotográfico







Não desçam mais, não-décimas; fiquem nesta!


Minha vovó-amiga, não vou vaiar a
vossa vida de poucas imagens – eu mesmo,
que a lápis este poema não mais escrevo –;
não, e não vou gravar, na minha máquina,
a fotografia desse passado ícone, mágico, pois
clico, hoje, que, nesses instantes rápidos, as
minhas virtuais amizades possuem postadas
mais fotos do que toda a vossa família cria
ser possível, num álbum, regisTRÁ-LHAS!

Vós sabíeis, vó, que a vossa memória era o palco,
onde essas vossas lembranças desfilavam, qual
o filme mágico que a vós foi apresentado; mas
em minha cerebralma está a vossa imagem gravada
com as películas que não mais são físicas, mas
que são mais duráveis do que essas amizades,
que não chegam a anos de vida, pois descartáveis
e pouco sensíveis a esses fatos passados, vó. Não vaio.
Eu vou vos-seguindo a vibe de estar convosco conectado.



(LUIZ FILHO DE OLIVEIRA)

4 comentários:

Dilmar Gomes disse...

Gostei do que li aqui, Luiz. Pretendo voltar.
Tenhas uma boa tarde.

JAIRCLOPES disse...

Acróstico


Pois é, memória e fotos bastante raras
Ontem isso era apenas o que se tinha
E vejamos neste tempo, às escancaras
Milhões de imagens mais comezinhas.

Avó do poeta, de fundas rugas na cara
Poderá não compreender disso nadinha
O que no distante passado tanto amara
Se tornou somente exposição daninha.

Talvez fechar os olhos seja uma solução
Afinal quase tudo que existe é puro lixo
Deve-se à essa poluição visual dizer não
Obtendo para equilíbrio mental um nicho.

Luiz Filho de Oliveira disse...

Esse Jair, pra variar, preciso na língua.
Dilmar, meu caro, que bom que tenha gostado. Já visitei seu blog e o estou seguindo.

Luiz Filho de Oliveira disse...

Grato, Dilmar Gomes pela visita, pelas leituras e pela promessa de volta. Saudações poéticas, poeta!