Foto: www.cristalvox.com.br./nov/ 2015. |
A
blogar uma carta satírica de Vila Rica a tristes Brasílias
Ó Cláudio, Tomás,
Doroteu, Critilo,
minhas saudações,
ainda que tardias!
Cumpre a mim
refletir o mal vivido
nesta missiva, que
ao povo analisa,
novamente, as
cenas, se pôr digo
tal pena
moderna-pós, o teclado,
no mal que não vem
de Chile, de fato;
a glosar este
mote, teclo à Rede e
“sei que o que
les-escrevo são verdades
e que vêm muito
bem ao nosso caso”.
As peripécias, as
mesmas, caríssimos,
e, Poeta, com meu
vício, teclo às páginas
dos grandes do
país e dos pequenos
os casos do mal
vivido, na intriga:
a putinha ainda dá
a justo soldo e,
nua, ela continua
bem vestida;
os religiosos
(gozosos) devoram
homens, mulheres,
meninos, meninas;
os governantes,
públicos agentes,
comerciantes,
policiam incestos,
que mantêm com a
enxerga da justiça!
Também não
poderiam ser diferentes
as consequências
que provêm disso:
o avesso é, sim,
excelente exemplo!
Por que não le-apresentar,
pois tão caro?
É certo que nem
todos têm os olhos
que um Tomé teve
pra ver de perto:
o poder de milícia
à Vila Rica
hoje é política,
Critilo – sério! –,
já que a pizza dos
deputados é
prato
cheio prouto golpe, Senado!
Tudo
caminha prum mesmo lugar;
se o dinheiro vem
do cofre, bem sujo –
“Tá branco,
lavadas verdinhas banco:
governo é
injustiça; um homem, dinheiro!” –
e, se a milícia
corrupta hoje no país
coage
o povo como antes, isso faz
parte
desses negócios com os ternos.
De fato: a força
força a porta, o muro!
Sempre foram aptos
ao optar os corruptos
pelas finíssimas
mãos fidindignas!
E mais: quais
religiosos conseguem –
quem sabe a
punhetas ou outras técnicas –
ficar sem fazer
delícias com o sexo
pelo tempo que
dizem amar seus deuses?
Aqui, padres,
pastores, pais de santo
comem seu rebanho
até em seus templos,
o que hoje é fácil
de provar, exemplos
há tantos, prova gravada: movimento!
Ah! mulheres, o de
sempre: conventres
cobertos em catre
santo, fazendo...
Que esses agentes,
públicos, privados,
sagrados, laicos,
reais, literários,
sejam o que devem
ser neste espetáculo;
visto que este
texto está a gravá-los
vestidos de
improviso fora do ato.
Sabem os grandes,
meus Cláudio e Tomás,
que o público da
informática máquina,
não rechaça a
chance de gravar,
seja de Paços,
gabinetes, pastas,
tantas cenas de
ilícitos cortadas.
Apois,
não apostem se uma postagem
não
pode escrevinhar a imagem sua,
ou
se uma dessas câmeras não grava
seus
truques por vídeos ou fotográficas
imagens
vivas em voz telefônica,
“que
dessas insolências que les-conto
não
só pode ver quem mora no Chile”:
a
Rede toda assiste, lê, responde.
Salve
esses parentes da carta anônima,
que
ora incitam tristes Brasílias de hoje!
(LUIZ FILHO DE OLIVEIRA. Das Bocadas Infernéticas. WEB: 2015.)
Um comentário:
Às almas puras do Planalto
De Brasília à Mariana, mortal lama pura
Vale e governo, de bom, nenhum gesto
Conluiados da impunidade na tessitura
Atos libidinosos, num autêntico incesto.
Não sou Diógenes, não ando à procura
Sequer saio às ruas em formal protesto
Acho-me acometido de mal que perdura
Pois eu tenho vergonha de ser honesto.
Roubalheira nesta República, é cultura
O Parlamento de meliantes está infesto
Rouba, então programa pilhagem futura
Num ritual espontâneo e também lesto.
E o povo? ora essa plebe é cavalgadura
Fica sempre a mercê do larápio funesto.
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