Não desçam mais, não-décimas; fiquem nesta!
Minha vovó-amiga, não vou
vaiar a
vossa vida de poucas
imagens – eu mesmo,
que a lápis este poema não
mais escrevo –;
não, e não vou gravar, na
minha máquina,
a fotografia desse
passado ícone, mágico, pois
clico, hoje, que, nesses
instantes rápidos, as
minhas virtuais amizades
possuem postadas
mais fotos do que toda a
vossa família cria
ser possível, num álbum, regisTRÁ-LHAS!
Vós sabíeis, vó, que a
vossa memória era o palco,
onde essas vossas lembranças
desfilavam, qual
o filme mágico que a vós
foi apresentado; mas
em minha cerebralma está
a vossa imagem gravada
com as películas que não
mais são físicas, mas
que são mais duráveis do
que essas amizades,
que não chegam a anos de
vida, pois descartáveis
e pouco sensíveis a esses
fatos passados, vó. Não vaio.
Eu vou vos-seguindo a vibe de estar convosco conectado.
(LUIZ FILHO DE OLIVEIRA)
4 comentários:
Gostei do que li aqui, Luiz. Pretendo voltar.
Tenhas uma boa tarde.
Acróstico
Pois é, memória e fotos bastante raras
Ontem isso era apenas o que se tinha
E vejamos neste tempo, às escancaras
Milhões de imagens mais comezinhas.
Avó do poeta, de fundas rugas na cara
Poderá não compreender disso nadinha
O que no distante passado tanto amara
Se tornou somente exposição daninha.
Talvez fechar os olhos seja uma solução
Afinal quase tudo que existe é puro lixo
Deve-se à essa poluição visual dizer não
Obtendo para equilíbrio mental um nicho.
Esse Jair, pra variar, preciso na língua.
Dilmar, meu caro, que bom que tenha gostado. Já visitei seu blog e o estou seguindo.
Grato, Dilmar Gomes pela visita, pelas leituras e pela promessa de volta. Saudações poéticas, poeta!
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