domingo, 26 de abril de 2020

UM CAMINHÃO DE RAPARIGA NÃO É O CAMINHÃO DAS RAPARIGAS




Hoje, em Teresina, no Centro-Sul, foi dia de rebuliço. Foi interditado um famoso bar, conhecidíssimo entre os homens da vida (11 entre 10 deles o conhecem ou já o frequentaram!): o 70 Drinks, que, claro, vem depois do 69 (Meia Nove, pros chegados!)...
Segundo algumas testemunhas, as viaturas chegaram depois das 5h (porque de 4 já havia muita gente!), quando o "cabaré tava pegando fogo" e foi aquele "banho de água fria" em todos os desejos, que amoleceram logo. Cumprindo a determinação do prefeito de "isolamento social", que determina que todos os estabelecimentos comerciais devem fechar depois das 17h, os policiais iniciaram a operação. Como houve resistência por parte das trabalhadoras e como eram muitas, foi chamado um caminhão para conduzi-las até o DP.
Foi nesse momento que alguém, do meio da multidão, lembrou o antigo corso que havia em Teresina décadas atrás, e gritou: "Olha, um caminhão de rapariga"! É certo que o caminhão da nossa tradição carnavalesca, "O caminhão DAS raparigas", transitava por vários bairros da capital, no sábado anterior ao carnaval com o intuito de alegrar os "clientes" e a cidade. Não havia, portanto, muita semelhança com esse "caminhão DE rapariga", que só trouxe tristeza...
Porém, uma coisa é certa: tão logo sejam ouvidas, as raparigas todas serão liberadas...
________________________________________________
P. S.: Esse texto é ficção; exceto pela foto e pelo fato que realmente houve, mas não sei em que proporções se deu seu desenrolar (Sem trocadilho!).

quinta-feira, 2 de abril de 2020

INSTRUMENTISTA DE POESIA: POESISTA


Foto: maestrorochasousa.blogspot.com/



Conheci o maestro Luiz Santos na saudosa Escola Técnica Federal do Piauí (ETFPI), em 1983, quando, com mais dois colegas de sala de aula, o Aroldo e o Neto, decidimos ser alunos de música e aprender a tocar um instrumento musical -- e claro, estar entre aqueles que faziam parte da banda de música da ETFPI!

Não lembro que instrumento o Neto queria aprender a tocar, mas eu e Aroldo queríamos clarinete (Olha aí, Suzy Reis, sempre quis ser o Lula Molusco! kkk). A ideia foi linda -- a música sempre fez parte de minha vida, como diletante ouvinte --, mas, infelizmente, não fomos muito longe nessa "ideia-prima". Primeiro, que essa decisão de qual instrumento iríamos tocar não era tão simples assim, havia a decisão do maestro, o mestre, claro; segundo, que havia também a disponibilidade dos instrumentos da banda, já que não eram tantos assim. E, para meu espanto de iniciante nesse universo dos instrumentistas, recebi assustado um instrumento que desconhecia existir e que tinha um nome esquisito, bufônico: trompa. Me-desculpem os admiradores desse instrumento, mas o susto foi hilariante. A decepção, essa foi desmotivante.


Não consegui ir adiante; meus colegas, também. Não nos-saímos bem, como outros alunos dessa mesma época se-saíram: o Luiz Santos, o Wilker Marques (?!), o Daniel Aracacy, e tantos. O que valeu, ao menos, foi ter convivido alguns dias com essa figura da música piauiense, autor do hino do meu River Atlético Clube.

Fui mal. Foi mal. Ainda bem que ainda trago a música comigo. Como-a todo dia e trago... A poesia foi o único instrumento que aprendia a tocar e, com ela, hoje, eu faço músicas...