O poder do Poeta continua sendo a Boca dos Infernos
Pode o Poeta,
Ser rico,
ser pobre;
que não é de cobre
a Sua amizade –
é mais forte! –
é honesta!
Pode o Poeta,
por palavras,
pôr pedradas
em Sua fala ao inimigo,
que só irá atingi-lo
e desfigurá-lo
a metáforas!
Pode o Poeta,
andar térreo,
andar nas nuvens,
de jeito meio aéreo;
qu'inda é dos Infernos
a Sua Boca de Guerra:
"Mato-os!"
Pode o Poeta,
colar de prata & pena,
colar, em Seu poema,
um mote dum Mestre velho,
que lerá seco Seu verbo,
pela pilhéria com veneno
aos vermes!
Pode o Poeta,
a licença poética,
à licença dar poéticas
em Seu rudo verso,
que aqueles ledores
bem maldizente lerão
Sua lírica acérrima!
Pode o Poeta,
a mar de poesias,
amar o que le-faria
um legítimo assassino;
que a ficção, por atrevido,
moldará Sua boca
de satírico!
(LUIZ FILHO DE OLIVEIRA. Das Bocadas Infernéticas. WEB: Deleitura, 2011.)
7 comentários:
Putz! Gostei demais!
Beijo.
Que bom, Teca. Valeu.
AGORA SIM,É O POETA LUIZ! QUE FALA COM TODA ELEGANCIA,SEM APELAÇÕES! VOCÊ É ÚNICO,PARABÉNS!MARIANO.
Ah, Mariano, nem sempre o satírico anda pelo elagante, senão não haveria Bocas de Inferno. Claro que nem sempre devo "baixar o nível", mas, quando precisar, não posso deixar de fazê-lo. Obrigado pelo incentivo.
Excelente, meu caro! Parabéns!
Massa mesmo, Luiz!
Marcell e Caju, obrigado pela deleitura.
Postar um comentário