terça-feira, 11 de agosto de 2015

INFERNÉTICA POSTADA



O Grito. Edvard Munch

Assexuada postagem ao arroto do planeta

Aquele vagido tão agudo
não foi por nenhuma vagina,
tampouco por imperfeitas rimas
ou mesmo trocadilhos chulos,

que aquele quem que gritou tal queixume,
um Poeta, lastima das gentes deste terreal mundo
o soberboso ato do ser: o querer todo de tudo,
em outro sensaber (sem poder!) que diz muito!

(LUIZ FILHO DE OLIVEIRA. Das Bocadas Infernéticas. WEB: 2015.)


2 comentários:

JAIRCLOPES disse...

Audível silêncio

Sei que não faço parte da multidão
Me pego olhando em outra direção
Desse alarido mantenho distância
Prefiro o silêncio de minha estância.

Mas, dentro de mim existe um grito
Angustiado, abafado, rouco e aflito
E, mesmo não querendo eu o ouço
Filtrado pelas grades do calabouço.

Pois então finjo que ele não existe
Então não divido ele com ninguém
Mantenho meu semblante em riste

Não somo e não subtraio também
Ainda que tal fato muito me entriste
Não multiplico a angústia mais além.

Luiz Filho de Oliveira disse...

POEMA GRITADO DENTRO DA PÁGINA

Esse Poeta não é de deus,
ele é de cão; ele uiva aos seus
o como ladra o poema seu!


Valeu, Jair.