domingo, 1 de março de 2015

Desencontro. Poema de Graça Vilhena e música de Luiz Filho de Oliveira


DESENCONTRO
Colho os grãos de sal
dissolvidos em madrugadas
tua face teima
num espelho submerso
e não consigo compor
a matéria que me falta.
Vasculho as manhãs
e posso respirar-te
e sentir nos galos
os acordes de teu nome
no entanto queimo meu corpo
no metal das tardes
em tentativas azuis
e lilases desencantos.
Longe de ti que nunca encontrarei
os dias passam assustando
passarinhos nas calçadas.
(Graça Vilhena. "Em todo canto". Teresina: Corisco/IDB, 1997.)

Nenhum comentário: