sexta-feira, 28 de junho de 2013
Numa mesa aonde só pode estar quem tiver mais de 18 poemas
colou-se-colar
ao s ped aços n oBA Ring lês
o homem bebe do barro às químicas terrenas
e-tenta-se-inteirar-do-jogo-da-dama-de-espadas
a lançar golpes tais metáforas
a fim de ganhar das cartas da gata (agora copas)
o grande prêmio da jogada cantada: o sim resposta e não o nada
(LUIZ FILHO DE OLIVEIRA. Onde Humano. Teresina: Nova Aliança, 2009.)
segunda-feira, 10 de junho de 2013
De Teresina até o Rio, via Áfricas
Lembra o Bandeira de um Poema tirado de uma notícia de jornal?
Apois, que ele leu, de fato, alguma notícia para compor o seu poema, disso não tenho
dúvida, porquanto foi assim que nasceu um poema em mim, em meados da década de 1990, nessa
aparições que todo artista tem com a sua arte, ao assistir a uma reportagem da
TV Globo a respeito de cólera em um campo de refugiados.
Era acerca da África a
reportagem, aliás, era lá que estava o repórter entrevistando um carioca a servir de voluntário para as tropas da ONU, em Ruanda, nos campos de
refugiados Quibumba I e Quibumba II. Ele
se-queixava, mesmo “fazendo a sua parte”, de que as autoridades locais – não
me-lembro se Ruanda a essa época estava travando uma guerra civil ou coisa
desaparecida – não estavam comprometidas em resolver os conflitos, mas sim em
deixar-se corromper, surripiando a maior parte da ajuda humanitária prestada
por outros países. Nada de novo pra nós, os brasileiros, já que, em nosso país,
embolsar verba pública é “tradição”: o verdadeiro “jeitinho brasileiro”!
Ou alguém, nesse mesmo espaço
(o de ganhar dinheiro com a desgraça dos outros), está esquecendo o que houve
com a região serrana do Rio de Janeiro há alguns anos? Públicos agentes
corrutos! FDPs! Dizem as más línguas que até a Fundação Roberto Marinho
se-envolveu em desvios de verbas dessas enchentes. Dinheiro sujo, enlameado
mesmo! “Isso é uma vergonha!” – repercute o Casoy, com mais esse caso. E ainda vemos o vídeo...
Poisbem, o carioca da
entrevista se-queixava disso, de “fazer a sua parte” enquanto outros estavam
sendo desonestos com todo aquele povo sofrido, sofrendo com cólera – a doença,
pois a raiva intensa estava desacordada. E, por conta disso, nós também
preferiríamos um chopinho, no Leblon, perto da Farmácia Piauí, em frente ao
mar, como o-queria o carioca. Ah, um futebolzinho na praia. Futebol de praia;
que mané “de areia”! A Globo acaso é dona da língua? “Futebol de areia”
me-passa um passe errado, um tijolo! E daí, se onde houver a partida ou a
competição não tiver praia? E daí? Queria o carioca um futebolzinho de praia.
Apois, queria o carioca o sossego timaiano, porque se-empregar em ajudar o
mundo é dever que faz sentir a gente o desprezível do humano, das atitudes não
solidárias, egoístas de carteirinha.
Oxalá protejam os que
necessitam de ajuda! Ogum os-defenda! Que Nanã os-nane em “berço esplêndido”
realmente. Nada desse idealismo de nossas leis (é lindo no papel, mas não têm
papel algum!), nada de trair nossos irmãos de dentro de nossas tribos! Nada de
subserviência aos senhores das guerras étnicas eteceteras e mais eteceteras...
Vai, poema...
onde
se-reporta a um fato refugiado em dois campos na África
Quibumba um
Quibumba dois
Ruanda... uh!
vala comum
sobre a nutrição
de seus protegidos
pesam os esforços
das forças da ONU
mas o voluntário
em tom brasileiro
– fala entrevistada
mastigando um samba –
tá pedindo arrego
cansado de fome
de vergonha & homens
quer vir pro Leblon
bem ali ao lado
da Farmácia Piauí
tomar um chopinho
somente unzinhos
com fome de bola
driblando as Áfricas
e as suas cóleras
que tanto assolam
mas bem mais cruéis
tantos governantes
nem sequer as-olham
porque não importam
e isso que o repórter
diz ali-outrora
não é nada novo
pras fomes no solo
sujeitos pras leis
sujeitos do resto
sujeitos a tais pestes
por vias satélites
por desvios de verba
incompetências guerras
negras Áfricas falecem
aos sons destes versos
quarta-feira, 5 de junho de 2013
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