em meta tua nua linguagem poética
sem oralidade: em fala de pedra
me-implicito-em-teus-ângulos-explícitos
com minha língua paisagem
como nenhum poeta ou bardo
em cantos canto algum ou carme
ousou poamá-los por lira tal
faço-o em oraliginalidade
de quando a onde: agoraqui
com linguadas de linguagem
taças... sei-os
santos graais gentios
cálices em falares vinho
gentis a transbordarem-
-se em meu verso são
ao toque deste chão
tomado de ais
zonal
cheiro de mulher madura
recendendo o tempo todo na sazão
dum pomar dos mundos deste mundo
fruto enquanto desfruto
esse gosto de fluida música
a me-tocar perfumes & colorações
no momento de beber a estação
nesta ação de entrar a carne doce
do bem que come de bem com a fome
estes versos são o canto são deste dia
a ti desbranco páginas tinto
enquanto velho um novo poema
tanto que sentido o sensível a estas telas
rituando traços humano-te tais vinhos
ao odor do tato de tuas taças... corpo
onde bebo verbo canto verso
nunca nosso sentido completo
apelo: poesia-me-a-cada-dia-o-quanto-linha-somos
por-que-te-fie-os-próximos-riscos
cantoAcântico
beijo-te-vinho
tão delícia quanto
a música poesia
leva-me tu corrente
gozalegria: humanamentecorpo
em mundano nu divino
minha mais que vide: vinhas
púrpura a mim... formosa
sol resplandecente sentido
sobre os campos por onde ando
se pelas telas teclo vulva sulco pelos seios
apascentando o terreno sexo
enquanto em cantos
amor fio... verso descompleto caminho
rumo ao IN: local universal
e brindemos pois quais taças manhecentes
e façamos amar transbordando a vida intensos
a saber os sabores sensíveis
(Luiz Filho de Oliveira. BardoAmar. Teresina: Edição do Autor, 2003-2010.)