quarta-feira, 11 de março de 2015

É cachorro, mas é meu amigo...

Foto: Luiz Filho de Oliveira


Cantiga do Amigo do Cão

Espécimes de espécies,
nossa vassalagem amigosa
vem de cavernas, onde gravei
nossos nomes em paredes;
histórias  desenhadescritas
sobre ancestral papiro,
sobrenatural bem divino
o qual encantou, Amigo,
o rito do mar de signos,
estes, a cantar (grito-o!)
tal poeta pelo mundo
o amigável Canis Lupus,
um parente de Anúbis.

domingo, 1 de março de 2015

Desencontro. Poema de Graça Vilhena e música de Luiz Filho de Oliveira


DESENCONTRO
Colho os grãos de sal
dissolvidos em madrugadas
tua face teima
num espelho submerso
e não consigo compor
a matéria que me falta.
Vasculho as manhãs
e posso respirar-te
e sentir nos galos
os acordes de teu nome
no entanto queimo meu corpo
no metal das tardes
em tentativas azuis
e lilases desencantos.
Longe de ti que nunca encontrarei
os dias passam assustando
passarinhos nas calçadas.
(Graça Vilhena. "Em todo canto". Teresina: Corisco/IDB, 1997.)