sábado, 24 de janeiro de 2015

AGUAPÉ DEIXA O RIO NA MÃO





Variações em solo dum rio desta aldeia

I.

POTICAGANDO

Lixolatrina
aos olhos d’água:
esgoto caseiro de coliformes.

Eles estão cagando presse rio,
eles estão ali,
nem aí...

II.

OUTRO LEITO DE FOLHAS VERDES

Por que tardas por vir,
poder dos poderes públicos,
para assistir o doente Poti,
à mortalha de merda sufocando-se?

III.

DE CÚBITO DORSAL (ANTES DOCE!)

A espinha do rio que já foi meu – que não foi
dum Pessoa ou dom Francisco amarantino –,
cobreando (subterrâneo!) o seu rumo teresino,
reverbera uma verde mortalha ecotrágica.

IV.

POR QUE TARDAS, PODER, AO POTI?

À beira do rio, os edifícios
defecam a água e os resíduos
caseiros via pia ou latrinas e
tecem o manto de folhas verdes,
não romântico, classecotrágico,
a mortalhar a vida de evoluídos
seres da cidade no concretaço 
das margens da sustentabilidade.

No caos da vida contemporânea,
cravam suas garras nas encostas
do rio quinda é dessaminha terra
e vergalham projetos contra o veio
d’água doce do solo de nossa taba.

Dejetos sem tratamento, um erro de projeto,
de lei, de responsabilidades de agentes, de quem,
publicamente, deságua suja e infozmente o consumo
à beira do rio coberto da vergonha verde de aguapés
punidores impolutos dos filhos do Poti, rio limpo,
rio brando e doce se desaguando um triste quando...

V.

POR QUE MANHANAS TARDAS EM NOITADAS POR VIR, SOCORRO?

Qual Jati, a ti, Poti,
pra te-salvar não quer vir
quem vê sem poder o público
compartilhar tua imagem
de aguapés sem esperança,
apenas verdes se vale
a pena ou este teclado
a poetarem o mesmo tema

a variações nestas cenas.

(Luiz Filho de Oliveira)

domingo, 18 de janeiro de 2015

DÉCIMAS MALDIZENTES

Pela décima voz versa chulo o Poeta: É foda!

Tal Poeta conhece (e -ceu!) muita gente fuleira,
aquela gente do tipinho que achava que era
a tal da última bolacha do saco, aquela geladeira,
os que, sorrindo, não estão nem pra brincadeira:
e ela era somente uma tal de maridinha infiela;
eles, uns ignorantezinhos muito maus, hipócritas;
o verme, este, um merdinha de um recalcado merda;
ele, adamado, de sexo não assumido, nutria ser comida;
eles, uma baita de uma canalha muito descontrolada!

Ela? Sempre se-achou muito esperta,
porque aprendeu o jogo dos ratos cedo;
viu que homens roem bocetas como queijo
e armou que elas são ratoeiras se abertas.
Não considerou não aceitar o acesso, a janela;
excluiu seu “paizinho” por impulsos e beijos,
fechando um destino e abrindo as pernas!
Ah! E ele, bodim, nem imaginava que ela
só seria revelada em imagens por terceiros:
e ela era só uma tal de maridinha infiela!

Eles? Diziam que são melhores, Poeta,
do que cê imaginava que ainda era, certo?
Da alegria deles, prova dos nove, o que resta
é le-fazer todo o mal que eles, juntos, puderem:
nunca tardam ; a telefonema anônimo, teclam
torpedos-injúrias, arma do fogo que le-atiram,
e desenham calúnias num enredo à sua casa,
acreditando que vá les-dar crédito – idiotas!
E o que são é somente este Poeta quem posta:
eles, uns ignorantezinhos muito maus, hipócritas.

Ele? A falsidade de gente grande desde pequeno,
por conta de não-sei-o-quê que ora le-faltava
para completar a sua vidinha. Mesmo sabendo
que o Poeta não le-trazia falsa a sua amizade,
criticava-o sem reservas, com todos os atacantes!
O traíra queria também do Poeta uma sua namorada,
a que tinha a boceta mais linda e cheirosinha na área;
animal FDP, não foi capaz de aceitar a rejeição dada.
Quando doutro livro seu, risada a inveja, de si, fede
o verme; este, um merdinha de um recalcado merda.

“Ela”? Também se-achava – e se-acha! Por isso,
essas aspas “fashion”, femininas como adereços,
lenços de seda para limpar o preconceito do texto
do que não for honesto, e ser homoamorafetivo;
poresse vizinho mal falado no bairro florido
ser de todos sabido & flagrado um tal “viado”,
que malfalava baitolamente de seus ímpares,
numa sequência de canalhices  deslavadas,
com a preferida preferência: acusar de ser biba.
Ele, adamado, sexo não assumido, nutria ser comida.
                                        
Esses? Todos eles são os de que todos sabem:
que nenhum tem um tiquinho do tanto que pensam
ter e espalham, vírus, no tecido da Rede, infectando
a vida de ações covardes contra quem não tem tanto
contra eles, que não são mais nada são para o Poeta:
“Se eu não preciso de vocês para viver uma vida minha;
então, façam favor de seguir adiante, que não adianta;
é preciso excluir, amigos, esses tipinhos, como esses tais
que, eletronicamente maledicentes, malpoetam a teclado.

Eles, uma baita de uma canalha muito descontrolada!”


sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

itabira.com

Postagem do e-mail político-literário enviado a Carlos

O poeta municipal, caro Carlos,
assinado com operadora não local,
nas Redes, tecla-se mundial,
como o estadual e o federal –,
nunca menos que estes pixels!

A parir versos à Paris, à Lestes,
a estes sítios potianos – antunante,
dobalance, pivante, salgademente! –,
a telas de distância doutros poetas
– d’Este mesmo que poema estas páginas! –,
o poeta municipal escreve em rede laudas e
laudas aos amigos em compartilhamento,
que les-curtem a comentários emoticons
ou d plvrs q vc ctrl c cntrl v add: blz!

Enquanto isso, este poeta bairrista xista que
os seguidores estão à solta; é só adicioná-los!

E comentar o comentário: kkkkkkkkkkkkkkk!


(Luiz Filho de Oliveira)