segunda-feira, 28 de julho de 2014

Das Bocadas Infernéticas

Imagem: arquivo Google


Poema control-cê-control-vedado duma rede de notícias infernéticas

No reino da macharada (que classe!),
a cio, não há filo entre machos;
nessa espécie de ordem animal,
há tanta posse sobre o sexo posto
que seu poder por fêmeas ainda é certo
indício de violenta guerra: macho oposto
mata macho fraco por elas – aposto!

“Mas eram homens das cavernas”,
escreve um cara numa Rede (post),
teclando ele mesmo esse crime
ao fazer atrito no Face (eita!),
uns comentários não aceitos
doutro cara, por uma mina.
Discussão em Rede, intrigas,
amigos inimigos de verdade;
tecla nenhuma virtualidade.

Não foram outros os comentários,
na velocidade do que é on-line.
No site oportunista, a postagem:
Comentário deleta comentário
depois da balada, em frente à boate.

É, difícil não dar em morte
esse velho poder de Xana,
                           de sexo.
De resto,
tudo isso são misteros
à macheza dos homens.



Poema confidencial & inibido

O anonimato é que é foda,
e este eu, que é anônimo Poeta,
que navega essa tal de WEB
com a mediocridade de poucos acessos,
não vai dizer que não se-incomoda
quando, em sítios, torpedos grátis,
e-mails ou msm desassinados,
le-enchem a paciência, o saco,
a escrever venenos com a língua morta,
viva de comentários falsos.

Tem ou não tem esse tal de fake
um maior valor do que o fuxico teve
numa comunidade armada em rede?
É ou não é aquela carta anônima
menos qu’essas mensagens eletrônicas,
que, velozes como todos os maus,
se-adiantam pra falar as intrigas
pra mostrar textos (a fotos & vídeos)
que são, pra endereços, o novo canal
da correspondência das gentes odiosa?

Casais que amaram a saída escondida
estão separados pelas imagens vazadas
do celular do amante irado da vítima.
As mensagens falsas no Face e no Twitter
são coladas às fotomontagens de inimigos
disfarçados, tipo esses virtuais amigos
que se-convidam a todos os sítios.
Os textos, então, teclados com fotos
são compartilhados em segundos
e  mal comentados por todo o mundo.

Todo o mundo é literal. (Outro comentário)


(LUIZ FILHO DE OLIVEIRA. Das Bocadas Infernéticas. WEB: 2014.)