segunda-feira, 12 de novembro de 2012

DAS BOCADAS INFERNÉTICAS


Gregório de Matos

Envite aos vates assinalados a jogar o chiste abaixo assinado

Responda se for fácil:
poderia o Horácio
gozar em Gomorra?!
– Eitaporra!

E o divino Dante
abarcaria uma bacante
num inferninho, na zorra?!
– Eitaporra!

Será que o Gregório,
à porta do empório,
gozou a civil gorra?!
– Eitaporra!

E o nosso Gonzaga
toparia essa parada
de arrochar a corra?!
– Eitaporra!

Que diz o Bernardo,
que o Pajé não “tá armado”,
que não adora a pachorra?!
– Eitaporra!

Então, o Luiz Gama
a bodarrada chama
para prazer as cachorras?!
– Eitaporra!

Mole, o Bananére,
aquele que escreve
até que esporra?!
– Eitaporra!

Seria pastor o Oswald,
em nosso arrebalde,
de ovelha chamorra?!
– Eitaporra!

E o Millôr, noutro agora,
muito novo, embora, 
diria “véi, não morra!”?!
– Eitaporra!

E o que pensa disso
o filho Veríssimo,
que é só a modorra?!
– Eitaporra!

E o tal do Chacal,
um vate marginal,
escreve sem porra?!
– Eitaporra!

É este poema, Poeta,
que desse time se-completa
a prender palavras forras?!
– Eitaporra!




(LUIZ FILHO DE OLIVEIRA. Das Bocadas Infernéticas. WEB: Deleitura. 2012.)



9 comentários:

Unknown disse...

Belo poema, meu caro! Conseguiste juntar numa mesma poesia nomes importantíssimos...Aqui no Rio, vez em quando eu passo próximo a Ricardo de Carvalho Duarte. Está sempre pela praça da Gávea, nas redondezas de um colégio onde trabalho...Não tenho coragem de ir falar com ele e me apresentar, sabia?

Anônimo disse...

Eita,Poeta...vc como sempre,bm firme no que escreve. Vc é ímpar! Eu realmente me rendo ao seu Blog.Sempre que tenho tempo,eu o leio e reflito no que vc escreve.Parabéns!Ohara. bjs na minha linda Suzy,uma amigona.

Luiz Filho de Oliveira disse...

Pô, Marcel, deixa disso. Seus poemas satíricos são muito bons; são de linha chacalina sim! Vai, lá, rapá; às vezes o cara nem é chato assim.

Ô, Ohara, vc, sempre gentil. Obg pela leitura "obrigatória". Escrever não muda o mundo, só pessoas. Bjs na Suzy: dados! Até mais páginas!

Anônimo disse...

Aprender palavras forras?!
– Eitaporra! Coisa nova!
É este poema ou este completar-se
que se-comtempla nascente na gente
desse time do Poeta?!


Luiz Filho de Oliveira disse...

Só pra ficar mais escuro (claro!): o trocadilho é "a prender", ou seja, "prendendo".

Anônimo disse...

Como diz um reaça (mas o chiste é bom), é um "trocadalho do carilho"

Teté M. Jorge disse...

Pra escrever umas paradas dessas só com muito conhecimento e inspiração! Ambos você tem de sobra, poeta.!
Eitaporra! Parabéns!

Beijos e flores com aroma de terra molhada.

Luiz Filho de Oliveira disse...

Sempre bem-vinda, Teca. Obg.

Anônimo disse...

Literatura, sobretudo, como "monumento estético"?... Mostre-nos mais...