segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

SHE'S NOT A BAD GIRL



Lindsay Lohan no clipe da banda Miggs, em Los Angeles.




Ela (boa) caiu em cama grafitando língua estranja

Ignorante da
língua, na qual
cria ser “má garota”;

na área, ela pintou
de ouvido; foi derrubada
por sua mão numa cela, alcova.

De boca em boca, pois,
deitou-se-lhe rótulo novo e
bed girl – foi amada de todos!




(Luiz Filho de Oliveira. Das Bocadas Infernéticas. WEB: Deleitura, 2012.)




sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

FIM DA SEMANA: ESCREVO PELA NONAGÉSIMA VEZ

Cartaz: por Di Cavalcante



fruturo*

danem-se as ervas daninhas 
pra frente par somente se
vinhas amar bem semente


(Luiz Filho de Oliveira. BardoAmar. Teresina: Ed. do Autor, 2003.)




onde o poeta substitui um poema: o da arvorezinha que fazia pose por ibope no meio do seu caminho pela poesia

- ah...
meu velho Braga:
também perdi a agenda!

que tristeza...
meu camarada!
nela havia um poema...

a quem cantava?
a Bopp: aquele cabra Norato! cobra!
a ver a arvorezinha ser música o céu querendo

(Na sombra de um pé de crioli, no interior de Alto Longá.) 


(Luiz Filho de Oliveira. Onde Humano. Teresina: Nova Aliança, 2009.)




______________
* Neologismo criado por Oswald de Andrade.


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

POR OCASIÃO DOS 90 DA SEMANA 22

 Cartaz da Semana de Arte Moderna




biblioteca nacional

A criança Abandonada
O Doutor Coppelius
Vamos com Ele
Senhorita Primavera
Código Civil Brasileiro
A arte de ganhar no bicho
O Orador Popular
O Polo em Chamas

(Oswald de Andrade. Pau-Brasil. 1925.)




escola & bibliotecas nacionais revisitadas por dois brasileiros poetas

os cartazes pedem às vozes
(mesmo que não sejam loquazes)
um silêncio com volume sepulcral

os profissionais - professores quase
aposentados - vigiam a indisciplina
de alunos de castigo: deslocados

os livros são títulos reescritos de Oswald:
a Criança abandonada no século XXI
O Doutor Coppelius Faz Milagres
Vamos com Ele (a Volta)
Senhor Primavera: o Poeta bairrista
código do Crime brasileiro
a Arte de Ganhar na política
o Arador impopular de Versos
O país em ChamaS

(Luiz Filho de Oliveira. Onde Humano. 2009.)



quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

NÃO CELEBRO, EU CEREBRO AMAR: A MOR AÇÃO!


 Imagem: arquivo Google


I


cerebral paisagem aérea

em este amor este
branquilidade de nuvem
contra o azul oeste


II


me-salvo-te

arquivo os dígitos desse
dito a-mor num outro arquivo
fora de mi       cro: vírus
                    m


III


estes versos são o canto são deste dia

a ti desbranco páginas tinto
enquanto velho um novo poema
tanto que sentido o sensível a estas telas

rituando traços humano-te tais vinhos
ao odor do tato de tuas taças... corpo
onde bebo verbo canto verso

nunca nosso sentido completo
apelo: poesia-me-a-cada-dia-o-quanto-linha-somos
por-que-te-fie-os-próximos-riscos


(Luiz Filho de Oliveira. BardoAmar. Teresina: Ed. do Autor, 2003.)




quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

SUZY? ELA É MINHA BONECA, MORA? BICHO, OLH’OS POEMAS Q FIZ PRA ELA!

 Foto: por Suzy Reis

I

onde brilho espelho teu olho

olhos verdes:
onde me-virem...
virem-me avessos!


(A formar um par onde ser é estar.)



II


ninguém é obrigado a aceitar-ela masporém mo-obrigo 

e eu que
não sou santo
católico nem nada (nonada)

onde ela 
me-deu aquela bola
só olhei pros lados (olhos)

impedido?!
desconfiado?!
desmerecido?!

e não tive dúvida
e corri para abraçá-la
e dada mais nada de esmola


(Onde o jogo é comum a todos os inscritos.)



III


fui eu quem te-prometeu a vida num poema-cantiga

eu sou no teu cio
rio que desarde o dia
compondo teus sóis
sons!

eu suo os teus chãos
mãos a soar tais metais
plantando teus sons
sais!

eu subo os acordes 
cortes na carne do ar
solando teus sais
sóis!


(Em Caxias, num leito de folhas ex-brancas.)



(Luiz Filho de Oliveira. Onde Humano. Teresina: Nova Aliança, 2009.)