quarta-feira, 23 de novembro de 2011

CARDÁPIO DO TERRENO DA POESIA




Para colher de colher

um poeta contra
a fome de letras planta
outro poema no planeta

(Luiz Filho de Oliveira. Deleituras  para Comer na Rua, 2011.)



segunda-feira, 21 de novembro de 2011

What a conscience, black man!





INCIDENT


Once riding in old Baltimore,
Heart-filled, head-filled with glee,
I saw a Baltimorean
Keep looking straight at me.

Now I was eight and very small,
And he was no whit bigger,
And so I smiled, but he poked out
His tongue and called me: “Nigger”.

I saw the whole of Baltimore
From May until December:
Of all the things that happened there
That’s all that I remember.


(Countee Cullen)





INCIDENTE

Certa vez andando em Baltimore,
Tão alegre, cheio de regozijo,
Vi um baltimoreano
Mantendo o olhar em mim, fixo.

Eu tinha oito anos e era pequeno,
E o seu tamanho era o mesmo;
Então, eu sorri, mas ele estendeu
Sua língua e disse-me: “Negro”.
.
Eu vi Baltimore toda
Desde maio até dezembro:
De tudo o que ocorreu lá,
Isso é só o que eu lembro.



(Tradução livre de Luiz Filho de Oliveira)














quarta-feira, 16 de novembro de 2011

MILLÔR FERNANDES não morreu: depois de passar pelo ABC e pelo SPC, ele venceu o AVC



Poeminha sem objetivo

Me elogia, vai!
Escreve um troço aí!
Não dói, não; faz de conta
que eu morri.

Millôr Fernandes



Poemeu com objetiva (a distância é de mais de mil tons!) 

Millôr é o mió; posta-o!
É só o mii-da-pipoca!
Ê, fulerage da peste!
É o que eu vejo nessa joça.

Luiz Filho de Oliveira



sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Um poeta por um desenho: um poema...

 O autor, por Paulo Maia


ao escrever (a você)


 I



sou

quem

suo





II



suo

a poesia

sua



(Luiz Filho de Oliveira. Deleituras Líricas, 2011.)