sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Uma personagem em dois espaços de amor: Omar romano (ANTIQUUS) e alto-longaense (novivíssimo)




digital ligação fonológica


o amor de Omar
um ramo de mim persona
mora em Roma agora (longe!)

onde não o mar nem a garoa
oram entre nós a mor distância
aqui & ali chamada roam






Alto Longá no caminho dum poeta

Este alto lugar tem mangueiras
das quais nunca ele vai mangar,
pois que a manga é saborosa
e a terra, pomar para Omar.

Ao cantar, unindo o som
da sua voz à do povo de cá
mais prazer encontra Omar – 

Ah! Esta terra tem-lhe fervores
que amor a ele permite gozar.

Porque era tarde, havia, a tanto custo,
à copa das mangueiras, a lua;
ao copo dos brincantes, a cana,
o poeta fazia por isso gosto;
por isso, na carne do ar, ele canta:

– À voz do meu amor, meus passos movo,
onde o luar as folhas claro-escuram,
cobrindo os cimos do céu; no mimoso
tapiz de folhas líquidas, eu todo, ela nua.

 

2 comentários:

Teté M. Jorge disse...

Ah... um poema tão bonito...

Beijos.

A Marreta do Azarão disse...

Belo poema, Luiz.
Aproveito para agradecer o simpático comentário em meu blog "A marreta do Azarão".
Passarei também a acompanhar o seu.
Abraços