segunda-feira, 22 de março de 2010

Mais valem dois poemas na tela da Terra do que duas aves voando sem chão



Solos da manhã sem Sol abrasador em Teresina

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Em português é mesmo isto:
se o bem-te-vi, vezes seguidas,
mal sentado me-vir sozinho aqui,
repetirá bem estridente seu hino
a plenos pulmões tão pequenos
(que não foi deus porra nenhuma
que criou tal corpo complexíssimo!).
Acredito sim, diz a mim: bem me-viu.

Às voltas então com a minha língua,
em outro galho da árvore vizinha,
incontinenti sola a rola pequenina
fazendo-me ouvir, como na fazenda,
as coivaras das queimadas apagando.
Alvíssaras a quem ouvir teu canto
nesta terrinha, para nós, tão grande,
pelo poema ecoando-se gigante.



Num canto maior à tarde um poeta vida uma ave


Primavera em maio
meu bairro exala um canto
e eu canto outra Fênix


Do ninho no galho
da árvore a ave canta
e encanta nova mente:


Fogo apagou! (cinzas)
Fogo apagou! (ChiSpaS)
Fogo apagou! (VIDA)





(À mesa do quarto, na cidade abaixo do universo.)

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