quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Estar à baila no baile das telas da rede

          Além de começar a escrever este blog, em 2009, iniciei a minha participação na revista virtual de poesia Caderno Literário, da Editora Pragmatha (www.pragmatha.com), publicação editada pela poeta e jornalista gáucha Sandra Veroneze. De fevereiro até setembro acabar, já conto com oito participações. Número infinito, se deitado. Por risco, quero apresentar esses poemas apresentados. Mora:

nascente em curso de morte desmatada*

aguazul
plic!
ploc!
bate
ndo
es
cor
regando
planta e
dança e
pedra
os peixes
sr. caramujo e
outras espécies e vem
um barco-folha ambiente
em meio ao transparente
líquido num veio dessa
mata virgem – e vivem...
... todavia o enlatado
cano esgoto surje e
engarrafada a morte
desmata e vaza
às taças das calhas
em que o peixe-barco
– nau trágica –
navega outro inferno: e a água
foi suja de humanos seres urbanos

(Em Teresina, fluindo até São Paulo; antes, passando por Minas.)


* A Ana Rosa, uma mestra minha, com quem estudei em espaço de Dias.


(Caderno Literário. Fev. 2009)

versos a uma mulher em pelos (em textos de Pablo a Manuel)*

a primeira mulher adulta
despida à minha vida
não me-veio versos nus
ou alumbramentos
foi nua revista a mim –
menino – por uma libertina
oferecida: amiga de umas
intenções quintas!

mas que encontro!
o primeiro de tanto encanto
do lado contra um sexo oposto!
em imagem parada extática era
tão vida a rosa-púbis da estrela!

e a segui-la noutra cena
o cérebro ainda (cores vidas!)
e em seguida – desenhada – foi
arte & libido proibidas (minhas)
mas em papel verde tinta – esquisito!

e que esperança
de tê-la sim (não foto ou gravura)
pu-la em meu rijo pênis jovem!


(Num Porto Maior, que é certamente um Campo Alegre.)


* A Martha, uma poeta sem medos, somente Medeiros.


(Caderno Literário. Mar. 2009)

poesia na morada do aluno de...


aMOR
HUMmm...
a MOR ação!


(Caderno Literário. Abr. 2009)

Ex-Klu-Klux-Klu-Ídos (Cantiga de maldizer tirada de uma TV como notíca)

Isto quase ninguém viu, ouviu;
dito, entre vistas ou vidas, por Chico,
depois de 120 anos do “fim” do conflito,
que Carlinhos e sua Filha com o Filho
foram considerados, sem ambiguidades,
pelos podres de rico do condomínio chic
(com tanta grana quanto!), non grata persona!

E eles só vinham da Bahia, tipo férias,
e o Rio dessa gente burra e perversa
desaguou rios de preconceito-fera,
cópia mascarada dum país mais velho
nesse mau exemplo de quem pensa
ser tope de linha, mora?
Repito (perito!):

Foi no domínio de feras;
condomínio, férias, vindos da Bahia
os três, sem Rio de Janeiro.

Foi no Rio de Janeiro,
vindos (férias!) os três da Bahia;
condomínio de feras – sem domínio?


(Caderno Literário. Mai. 2009)

uma das poéticas pós empossada da palavra no cargo de poeta

poesia já
pode ter sido ócio com 
amadora dignidade sábia mas

com licença – poetas –
convençamos: aqui é ela também
sabor capital trabalho (se trabalhado)

(Em caminhos onde a poesia é empregada.)


(Caderno Literário. Jun. 2009)


primeiro quase-haicai de um romano-pós a Paulo são


irmão judocaríssimo
a ti golpe sem discussão destino:
se pintar não assino... eu leminsko!


(Em Teresina, mas em Curitiba ou nos extremos do Oriente.)


(Caderno Liteario. Jul. 2009)


saio & bermudo as coxas de Diana

tuas pernas cruzam-me o olhar de filme
farolando o teu perdido caminho pedido
tricircular preciso esses ângulos oceânicos

pois hei de me-querer em teus líquidos abismos
- nauta que sou de epopeias seguidas vidas -
se me-derivas a tua verdade atlântica

labirinto: navego por linhas & correntes teu rumo
aqui me-desnudando veladamente em poemas tecidos
com que me-iço a teu encontro intempestivo


(Caderno Literário. Ago. 2009)

nua nau


vagamante
te-navego as costas
curvilinices marinhas


com sóis de sede
caminho dos céus
a minha língua


entre mentes montes
entrelinhas
nau...


frago
em
ti




(Caderno Literário. Set. 2009)

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